É O PAÍS DE MAIOR BIODIVERSIDADE DO MUNDO
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O Brasil tem a maior biodiversidade do mundo, de acordo com pesquisas realizadas pela organização não-governamental Conservação Internacional. São 55 mil espécies de plantas – cerca de 22% das 250 mil do planeta. Um só hectare da Mata Atlântica apresenta 476 espécies vegetais distintas, um recorde mundial. O Brasil também ocupa o primeiro lugar na classificação de mamíferos, com 524 espécies, bem como de peixe de água doce – mais de 3 mil espécies. Na contagem de tipos de répteis, só perde para Austrália. Quanto aos anfíbios, fica apenas atrás da Colômbia. Tem, também, 1622 espécies de pássaros, a terceira maior diversidade do mundo. As de insetos podem chegar a 15 milhões. Essa imensa riqueza vem se perdendo rapidamente – mais de setenta espécies de aves estão ameaçadas de extinção no País. Embora o Brasil conte com uma legislação ambiental moderna, a fiscalização é insuficiente, e as medidas muitas vezes chegam tarde demais.
Floresta Amazônica – Apresenta números estonteantes de biodiversidade. Ali existem de 5 a 30 milhões de plantas diferentes, a maioria não-identificada. São 30 mil espécies vegetais conhecidas, ou 10% das plantas do mundo, espalhadas em 3,7 milhões de quilômetros quadrados (parte brasileira). A Floresta Amazônica está distribuída em diversos tipos de ecossistemas associados: das florestas fechadas de terra firme – onde despontam árvore de 30 a 60 metros de altura – às várzeas ribeirinhas, além de campos, campinas e serpenteantes igarapés. A região ostenta a maior variedade de aves, primatas, roedores, jacarés, sapos, insetos, lagartos e peixes de água doce do planeta. Por ali circulam 324 espécies de mamíferos, como a onça-pintada, a ariranha, a preguiça e o macaco-uacari. Nela vivem cerca de 25% da população de primatas (macacos) do globo e 70% das 334 espécies de papagaios existentes. Com relação a peixes do rio, a Floresta Amazônica desbanca de longe qualquer outro lugar do mundo: ali nadam 2500 a 3000 espécies de peixes diferentes. Só no Rio Negro podem ser encontradas 450 espécies – na Europa inteira, não se contam mais de duzentos (3,8% área protegida; 47% área original).
O Brasil era conhecido pelos colonizadores como a Terra do Papagaio. Não é à toa. O país tem a maior variedade de araras e papagaios do mundo – aqui vivem pelo menos 30% das espécies existentes. Algumas delas ameaçadas de extinção.
Caatinga – Convivem ali mandacarus e outras espécies de cactos, vários tipos de répteis e diversos roedores. Os caules carnosos e suculentos das plantas da caatinga armazenam água para se defender da seca. Arbustos perdem a folhagem durante alguns meses do ano para evitar a transpiração através de suas folhas. A caatinga inclui vastas extensões de semi-árido e fragmentos de florestas úmidas. A região está calculada em 1 milhão de quilômetros quadrados e se estende por onze estados brasileiros, do Norte ao Nordeste, incluindo o norte de Minas Gerais (0,5% área protegida; 11% área original).
Entre as aves da caatinga, reina a ararinha-azul, cujo último espécime em liberdade vive em Curuçá (BA), sob a tutela de toda uma comunidade empenhada em protegê-la. Essa conscientização ambiental foi realizada por biólogos.
Cerrado – Ao lado da Mata Atlântica, é o bioma mais destruído do Brasil. Cerca de 40% do cerrado foi perdido em queimadas para extensão agrícola e pastagens. Tem vegetação similar à das savanas africanas. È a maior área de savanas num só país, com 2 milhões de quilômetros quadrados. Tatu, tamanduá, veado-campeiro, lobo-guará e suçuarana são algumas das 150 espécies de mamíferos. Há também 550 espécies de aves, 150 de répteis, 150 de anfíbios e 1000 de peixes. O número de insetos é enorme. Só de besouros, são 35 mil (1,5% área protegida; 22% área original).
Por ser míope e sem defesa, o tamanduá é um alvo fácil para os caçadores. Pacífico, alimenta-se de formigas e cupins que se escondem nos enormes cumpizeiros do cerrado. Ainda corre perigo de extinção.
Pantanal – Área que representa a terra úmida mais importante e mais conhecida do mundo, com espantosos índices de biodiversidade animal. São 140 mil quilômetros quadrados só no Brasil, equivalentes a 5 Bélgicas ou ao território de Portugal. É onde vivem jacarés – cerca de 32 milhões -, 365 espécies de aves, 240 peixes, 80 de mamíferos e 50 de répteis. Mais de 600 mil capivaras habitam a região. O Pantanal é escolhido como pouso de milhões de pássaros, entre eles os tuiuiús, a ave-símbolo da região. Os cervos-do-pantanal, bem mais raros, também, fazem parte da fauna local. O ciclo de inundações periódicas do Pantanal pode ser afetado caso seja implantada a Hidrovia Praraná-Paraguai na área (1,8% área protegida; 1,62% área original).
A criação de capivaras em fazendas deixou a espécie em relativa tranquilidade. É abundante no Pantanal.
Mata Atlântica – É uma das regiões mais endêmicas do mundo. Ali, o mico-leão-dourado, o mico-leão-da-cara-dourada, o murique e o mono-carvoeiro, todos primatas ameaçados de extinção, recebem apoio de programas de conservação. Na Mata Atlântica, convivem vários ecossistemas diferentes, mas integrados entre si, como a vegetação litorânea de mangues e restingas, as araucárias do Paraná, os campos sulinos ou as florestas úmidas (pluviais). Ainda vista em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia. Vestígios da Mata Atlântica original, que ocupava uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados, podem ser encontrados em dezessete estados brasileiros, do litoral ao interior (4,1% área protegida; 15%área original).
O mico-leão-dourado estrelou várias campanhas ecológicas e hoje é alvo de um elaborado projeto de conservação em Poço das antas (RJ).
Zonas costeiras – São 3,5 milhões de quilômetros quadrados sob jurisdição brasileira, com águas frias no Sul e Sudeste do Brasil (zona argentina) e águas quentes nas costas do Norte e Nordeste. Integram com grande variedade de ecossistemas litorâneos e marítimos, como recifes de corais, dunas, área úmidas, lagoas, estuários e manguezais. Dentro desse conjunto de ecossistemas, ainda podem ser identificados subsistemas menores, com características biológicas peculiares.
A linguagem corporal dos golfinhos-rotadores é estudada por um grupo de biólogos sediados na ilha de Fernando de Noronha.
BIODIVERSIDADE O PARAÍSO É AQUI
Quando os portugueses aportaram pela primeira vez no Brasil, ficaram maravilhados com as quantidades de flores, frutos, árvores, pássaros e animais. Hoje, esse encantamento envolve pesquisadores da melhores universidades do mundo. A natureza passou a ser uma das maiores – se não a maior – riquezas do Brasil.
A responsabilidade de conservar e proteger esse fabuloso patrimônio genético se tornou urgente. Nas nossas florestas, pode está a cura de várias doenças, na forma de remédios desenvolvidos à base de plantas. Encontram-se também sementes selvagens de frutos e grãos comestíveis que, com os cruzamentos genéticos, estão fortalecendo e aprimorando alimentos já existentes.Lucros gerados pela utilização desses recursos biológicos poderiam financiar programas de conservação, revertendo-se também em benefícios aos chamados povos da floresta, assegurando sua sobrevivência. Para que isso aconteça, alguns passos já foram dados. O Brasil foi o primeiro país a assinar a Convenção sobre Diversidade Biológica, que regulamenta seu uso no mundo, proposta durante a Conferência do Rio (Eco 92). Também criou o Programa Nacional de Diversidade Biológica (Pronabio), que, entre outras atividades, financia pesquisa sobre conservação e utilização sustentável da biodiversidade no Pais. Outro avanço importante foi a aprovação, em novembro de 1998, da lei proposta pela senadora Marina Silva, que combate a biopirataria, isto é, o roubo de plantas e microrganismos para a fabricação de remédios em laboratórios internacionais. É o começo da conscientização brasileira em relação à sua própria riqueza, por tanto tempo ignorada.
REGIÃO NORTE
O Rio Amazonas foi descoberto em janeiro de 1500, pelo navegador espanhol Vicente Pinzón. Sua frota navegava tranquilamente quando os navios começaram a balançar e a se ver diante de ondas de mais de dois metros de altura. Era a pororoca, o turbulento encontro das águas do mar com as do Rio Amazonas. Os marinheiros jogaram baldes no mar e, ao recolhê-los, verificaram com espanto que a água era doce.
Era a primeira vez que um europeu explorava o Amazonas, o maior rio do planeta em volume de água, cuja bacia retém um quinto da água doce do planeta.
A Floresta Amazônica é o maior bioma da região e se espalha por vários países. A Amazônia brasileira tem 3,7milhões de km² e uma das maiores biodiversidade do planeta. Lá se encontram floresta de terra firme; floresta de várzea, alagadas periodicamente; e também cerrados e campos naturais, em Rondônia e Roraima. Mas os solos amazônicos são frágeis; retirada a cobertura vegetal, deterioram-se rapidamente e se tornam improdutivos.
As principais atividades econômicas da Amazônia brasileira são exploração da madeira e de recursos da floresta, pesca, pecuária, agricultura, mineração e turismo. Hoje, cerca de 80% da madeira explorada da Amazônia é retirada ilegalmente. Mas existem tentativas de explorar madeira de forma sustentável.
Em meados do século 19 e início do século 20, a região viveu uma época de prosperidade, com o ciclo da borracha. Milhares de nordestinos se deslocaram para a Amazônia a fim de extrair o látex da seringueira. Hoje a extração da borracha está em decadência.
Nos últimos 500 anos, a Amazônia tem sido explorada sem nenhuma preocupação de reposição. Na década de 70 do século 20, o Governo Federal incentivou a ocupação da região através da abertura de estradas e de projetos agropecuários, que se revelaram inadequados. Hoje, os ambientalistas recomendam que quem explora em larga escala os recursos naturais tem de pagar pela conservação. Um estudo do pesquisador argentino Robert Constanza, da Universidade da Califórnia, mostra que, se os serviços prestados pelos ecossistemas tivessem de ser pagos com base no valor dos serviços humanos necessários para substituí-los, a conta ficaria entre 1,5 e 2,5 vezes o valor do produto mundial, hoje calculado em mais de US$25 trilhões.
A maior riqueza da Amazônia é o conjunto de formas de vida vegetal e animal existentes nela. E os frutos da mata podem ser extraídos sem destruição.
A maioria dos remédios é sintetizada a partir de vegetais. Hoje, o laboratório do estado do Amapá fabrica setenta produtos fitoterápicos. Um dos melhores resultados é o tratamento da diabetes com capsulas contendo substâncias extraídas da folha da pata-de-vaca. De 130 diabéticos, 80% tiveram resultados satisfatórios.
A manutenção das reservas indígenas e a preservação do saber ancestral das tribos amazônicas são fundamentais para conservar a biodiversidade. Por isso, é importante proteger territórios indígenas e evitar invasões, muitas vezes toleradas a pretexto de que é o preço a pagar pelo desenvolvimento. O desenvolvimento apenas econômico é hoje uma noção superada; as Nações Unidas recomendam a ênfase no desenvolvimento que se preocupe também com a situação social das populações e a conservação dos recursos naturais.
Ambientalistas e órgãos oficiais defendem a implantação de corredores ecológicos na Amazônia, unindo áreas de preservação e reservas indígenas. Isso possibilitaria a ligação entre os subsistemas amazônicos, fundamental para manter fauna, flora e recursos hídricos.
As queimadas e desmatamento indiscriminado estão entre os maiores problemas amazônicos. O reflorestamento com espécies nativas em áreas já desmatadas e degradadas é recomendado. O cultivo de floresta pode ajudar a reformular o modelo energético brasileiro, baseado no petróleo, um combustível poluidor e esgotável. O uso da biomassa (qualquer matéria vegetal empregada para produzir energia, que tem a vantagem de ser renovável) é cada vez mais importante.
As hidroelétricas, se por um lado trazem energia e desenvolvimento, também constituem problema. Exemplos como da usina de Balbina, no Amazonas – que deixou enorme quantidade de árvores submersas envenenando as águas, e cuja a produção de eletricidade deixou muito a desejar -, devem ser evitados. Recomenda-se a implantação de pequenas hidroelétricas, em vez de enormes represas, que causam grande impacto.
PROJETOS E EXPERIÊNCIAS – MUDANÇAS NA MATA
Paragominas: Interior do Pará. O pó das serrarias tornava quase irrespirável o ar da cidade. A região é um dos maiores polos de extração de madeira da Amazônia. Em 1995, foram devastados 29 mil km², área do tamanho da Bélgica. Um quarto das árvores retiradas era abandonada na floresta. Uma situação não muito diferente do que acontece no resto da Amazônia.
Paragominas tinha 85 madeireiras. Hoje, são apenas 39. A nova legislação ambiental, a dificuldade em conseguir madeiras nobres e outros fatores causaram a mudança.
A partir da pressão de consumidores estrangeiros e de lojas brasileiras como Tok & Stok – interessados em madeiras extraída com cuidados ambientais – foi criado um selo verde para identificar madeireiras que trabalham de forma racional.
As ONGs Imazon e WWF produziram um vídeo que explica como explorar a madeira. Com a exploração tradicional, cerca de 235 árvores por hectares são danificadas. E só após algo entre 70 e 100 anos é possível colher madeira de novo no local da derrubada.
Na extração racional (chamada manejo sustentável), as árvores são medidas e identificadas um ano antes de serem cortadas. São feitos mapas e traçados caminhos para retirar os troncos. Cortam-se os cipós para evitar que, ao cair, grandes árvores derrubem outras menores. Isso reduz o impacto em 45%.
A Madeireira Rosas, uma das maiores do Pará, procura se adaptar. Os troncos eram tirados com corrente, arrastando várias outras árvores. Hoje, um trator Track Skider – uma máquina de esteira com um longo pescoço – estica seu gancho e extrai apenas a árvore selecionada.
Além disso, sementes de espécies selecionadas, ambientadas em Paragominas através de pesquisa, são plantadas, e, alguns anos depois, as árvores jovens já têm 3 m. Dentro de 20 a 30 anos, poderão ser cortadas. E, para melhorar a renda dos pequenos agricultores, a WWF, em parceria com o Sindicado os Trabalhadores Rurais de Paragominas, plantou 100 mudas de cupuaçu às margens do Rio Capim, entre 1991 e 1997.
DOIS PRODUTOS NOBRES DA FLORESTA
A castanha-do-Pará é um dos frutos mais valorizados da Amazônia. Os castanheiros do Rio Iratapuru, perto de laranjal do Iari (AP), produzem biscoitos e óleo de castanha que, aliás, está mudando de nome: não se chama mais do Pará, e sim do Brasil, para facilitar a entrada no mercado internacional. O óleo da castanha é rico em selênio e tem baixo teor de colesterol.
Segundo o governo do Amapá, “Há séculos, a castanha tem sido explorada e comercializada na Amazônia apenas como matéria-prima. Hoje, os castanheiros organizados em cooperativas e uma empresa francesa se juntaram, e o Amapá está vendendo na França o óleo de castanha”.
O açaí (Euterpe oleracea) representa cerca de 35% da cobertura vegetal do estuário da Amazônia, entre Belém e Macapá. O fruto dessa palmeira faz parte da dieta básica da região. Em Macapá uma bandeira vermelha na frente das casas significa “Vende-se açaí”.
Do caule da palmeira também se extrai o palmito. O corte nas palmeiras adultas tira o palmito; se feito com cuidado, não destrói a touceira e pode estimular o crescimento desse vegetal. O corte correto com facão e o não uso de pesticidas e adubos deram à empresa King os Palms, que opera na região, o selo AB (Agriculture Biologique) da União Europeia. É o primeiro produto natural brasileiro a receber esse selo. Para conceder o selo, técnicos europeus visitaram a fábrica e amostras do palmito foram analisadas em laboratório na França e da Alemanha.
REGIÃO NORDESTE
A divisão do Brasil em capitanias hereditárias, feita pela coroa portuguesa a partir de 1532, foi à primeira tentativa de colonizar o País. Das onze capitanias – doadas a membros da pequena nobreza portuguesa, a comerciantes e gente ligada às viagens marítimas do século XVI -. Apenas prosperaram a de São Vicente, no litoral paulista, e a de Pernambuco, cujo donatário era Duarte Coelho.
O turismo é uma das atividades que mais crescem no Nordeste. A chamada indústria sem chaminés gera empregos e atrai visitantes do Brasil e de outros países.Eles vêm em busca das belíssimas praias – e também de formações naturais típicas, como os lençóis maranhenses – presentes em quase todo o litoral nordestino. Mas, para haver turistas, é preciso que se tenha a natureza em bom estado. A maioria das cidades costeiras não trata seus esgotos, o que compromete a qualidade dos rios e do mar. E os manguezais – os berçários da vida marinha – estão sobre ameaça por causa da expansão urbana, de complexos turísticos agressivos com relação ao meio ambiente e do despejo de poluentes e de lixo.
Por outro lado, observa-se hoje, tanto no sertão como no litoral nordestinos, uma tentativa de cuidar de cuidar da nossa “casa” comum: a natureza. Para proteger os arrecifes de coral, as praias e os manguezais nos litorais sul de Pernambuco e norte de Alagoas, foi criada a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais. Em Porto Seguro (BA), foi criado o primeiro parque municipal marinho do País: o Parque do Recife de Fora, regulamentando o número de visitantes e resgatam valores de uma população que, apesar de enfrentar duras realidades, não perde o humor e a alegria de viver.
Caatinga - um bioma tipicamente brasileiro
PROJETOS E EXPERIÊNCIAS – BANCOS DE SEMENTES
Os bancos de sementes comunitários são uma parceria entre sindicatos e trabalhadores rurais, associações de produtores e a ONG Assessoria e Serviços a Projetos de Agricultura Alternativa (Aspta) e constituem uma tentativa de garantir a oferta de sementes para os pequenos produtores e conservar a biodiversidade na região Agreste da Paraíba.
Os bancos de sementes procuram fazer com que as famílias de pequenos produtores rurais sejam capazes de produzir e conservar suas próprias sementes ao longo de todo o ano, com uma gestão coletiva do estoque. No início dos anos 90, já existiam alguns bancos na Paraíba. Em 1995, o fórum Articulação do Semi-árido Paraibano liderou um programa de formação e consolidação de 113 bancos de sementes. As sementes foram fornecidas por um programa do Ministério da Agricultura.
A LUTA POR UM RIO
No sul da Bahia, dez municípios se juntaram em torno da bacia do principal rio da região; o Cachoeira. Nessa parceria, estão envolvidas a população, as prefeituras e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), que tentam recuperar uma bacia extremamente degradada e que, apesar disso, fornece água e sustento para milhares de pessoas. O Programa Bacia do Rio Cachoeira (PBRC) trabalha com qualidade da água, construção de aterros para o lixo, criação de viveiros de mudas e educação ambiental. As cidades envolvidas são: Ilhéus, Itabuna, Itapé, Ibicaraí, Floresta Azul, Santa Cruz da Vitória, Firmino Alves, Itororó, Itajú da Colônia e Jussari.
SUSTENTABILIDADE PARA ÁGUA E ESGOTO
No interior do Ceará, desenvolve-se uma tentativa de dar sustentabilidade financeira para abastecimento de água e tratamento de esgoto em pequenas localidades. São 45 sistemas distribuídos em vinte cidades, numa área de 30 mil km², no noroeste do Estado, beneficiando cerca de 45 mil pessoas.
No litoral, a atividade principal é a pesca; no sertão, a agricultura e o artesanato da carnaúba; e, na serra, perto do Piauí, a agricultura. A maioria da população é pobre e trabalha no setor informal. A mortalidade infantil é grande. Não há linhas regulares de ônibus entre as cidades nem estrada pavimentada. Quando chove muito, as comunidades ficam isoladas.
SALVE O MANGUE!
Estuário tem lama rica em alimento – Estuário é faixa de transição entre os ambientes terrestres e marinho. É onde a água do mar se encontra com a água doce do rio. Dessa mistura, surge um solo alagado, salino e rico em nutrientes e em matéria orgânica. Poucas plantas estão aptas a sobreviver num local inundado pelo mar e com pouco oxigênio. Mas isso não impede que florestas cresçam na água salobra: são os manguezais.
Curiosidades
Um manguezal leva entre 15 e 20 anos para ficar completo.
Da casca do mangue-vermelho se extrai o tonino, substância usada pela industria para o tratamento de couro.
As litorinas são pequenos caramujos que ajudam o ser humano a conhecer o nível do mar. Elas se agrupam nas raízes do amngue e servem para “marcar” o sobre-e-desce da maré.
As ostras (Crassostrea rhizophorae) deveriam ser depuradas entes de ingeridas pelos seres humanos. Basta deixá-las durante 12 horas em água limpa e pronto.
No sertão do Araripe, em Pernambuco, há vestígios de estuários que existiram há 65 milhões de anos, quando o local era mar.
MANGUEZAIS É FLORESTA
O Manguezal tem diferentes tipos de árvores, como o mangue-vermelho, o mangue-branco e o mangue-siriúba. Em apenas cinco anos, uma árvore de mangue fica adulta e reproduz, podendo chegar a vinte metros de altura. Suas raízes são capazes de passar períodos cobertas pela água do mar e e conseguir o oxigênio que não encontram no solo. É o caso das raízes chamadas de pneumatóforos, que deixam uma ponta fora da lama, ajudando a planta a “respirar”. Bromélias e orquídeas são outras espécies da flora manguezal.
MANGUEZAL E ESTUÁRIO: BASE DA CADEIA ALIMENTAR DOS OCEANOS
Manguezais e estrutura são ecossistemas auto sustentáveis porque produzem seu próprio alimento. Servem como filtro natural, transformando as impurezas que vêm do rio e reciclando a água do mar.
FONTE: Construir Notícias
PRESERVAR O PLANETA É PRESERVAR A NOSSA VIDA
SELVA AMAZÔNICA