PERNAMBUCANIDADE
Ritmo pernambucano é grande representante da cultura popular do Estado, o frevo é celebrado neste domingo (9), Dia do Frevo. Para comemorar a data, 250 passistas vão protagonizar a ação intitulada A Maior Dança de Frevo do Mundo.
“Inauguração do Paço do Frevo e lançamento do CD do Festival do Frevo da Humanidade
O Recife celebra o Frevo o ano inteiro, mas é tão grande a força dessa expressão cultural que ela tem o privilégio de ter uma data dedicada exclusivamente para comemorá-la. E para o 9 de Fevereiro, Dia do Frevo, deste ano, a Prefeitura do Recife preparou uma série de atividades que vão envolver os admiradores da manifestação, incluindo a tão esperada inauguração do Paço do Frevo e o lançamento do CD do I Festival do Frevo da Humanidade.
O Bairro do Recife será o centro aglutinador das homenagens ao Frevo. A partir das 15h, clarinadas na Rua da Moeda e na Avenida Rio Branco anunciam a festa que irá tomar conta da ilha com a saída de oito agremiações e 10 orquestras. De cada um desses pontos sairá um cortejo carnavalesco que irá desaguar na Praça do Arsenal.
Na rua da Moeda, concentram-se O Bonde Bloco Lírico, os Clubes Carnavalescos Lenhadores do Recife e Bola de Ouro, a Troça Abanadores do Arruda e o Clube de Boneco Tadeu no Frevo, que serão acompanhados pelas orquestras Som Brasil, Pé de Cará, Raízes Pernambucanas, Super Pop, Tangarás e Veneno. Já na Rio Branco o desfile será conduzido pelo Bloco da Saudade, Clube de Boneco Seu Malaquias e Troça Carnavalesca Batutas de Água Fria, além das orquestras Vereda Tropical, 19 de Fevereiro, Harmonia e do maestro Adelmo Apolônio.
FONTE: www.fliporto.net
O frevo é um ritmo musical e uma dança brasileira com origem no estado de Pernambuco, misturando marcha, maxixe e elementos da capoeira. Foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Surgido na cidade do Recife no fim do século XIX, o frevo caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte.
Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos pensavam em dar ao povo mais animação nos folguedos. No decorrer do tempo, o frevo ganhou características próprias.
ALCEU VALENÇA - VOLTEI RECIFE
Dança
Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo das utilizadas inicialmente como armas de defesa dos passistas que remetem diretamente a luta, resistência e camuflagem, herdada da capoeira e dos capoeiristas, que faziam uso de porretes ou cabos de velhos guarda-chuvas como arma contra grupos rivais. Foi da necessidade de imposição e do nacionalismo exacerbado no período das revoluções Pernambucanas que foi dada a representação da vontade de independência e da luta na dança do frevo.
A dança do frevo pode ser de duas formas: quando a multidão dança, ou quando passistas realizam os passos mais difíceis, de forma acrobática durante o percurso. O frevo possui mais de 120 passos catalogados.
Origem da palavra
A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval, de acordo com o Vocabulário Pernambucano, de Pereira da Costa.
Divulgando o que a boca anônima do povo já espalhava, o Jornal Pequeno, vespertino do Recife que mantinha uma detalhada seção carnavalesca da época, assinada pelo jornalista "Oswaldo Oliveira", na edição de 9 de fevereiro de 1907, fez a primeira referência ao ritmo, na reportagem sobre o ensaio do clube Empalhadores do Feitosa, do bairro do Hipódromo, que apresentava, entre outras músicas, uma denominada O frevo. E, em reconhecimento à importância do ritmo e a sua data de origem, em 9 de fevereiro de 2007, a Prefeitura do Recife comemorou os cem anos do Frevo durante o carnaval.
De instrumental, o gênero ganhou letra no frevo-canção e saiu do âmbito pernambucano para tomar o resto do Brasil. Basta dizer que O teu cabelo não nega, de 1932, considerada a composição que fixou o estilo da marchinha carnavalesca carioca, é uma adaptação do compositor Lamartine Babo do frevo Mulata, dos pernambucanos Irmãos Valença.
A primeira gravação com o nome do gênero foi o Frevo Pernambucano (Luperce Miranda/Oswaldo Santiago) lançada por Francisco Alves no final de 1930. Um ano depois, Vamo se Acabá, de Nelson Ferreira pela Orquestra Guanabara recebia a classificação de frevo.
Dois anos antes, ainda com o codinome de "marcha nortista", saía do forno o pioneiro Não Puxa Maroca (Nelson Ferreira) pela orquestra Victor Brasileira comandada por Pixinguinha.
Ases da era de ouro do rádio como Almirante (numa adaptação do clássico Vassourinhas), Mário Reis (É de Amargar, de Capiba), Carlos Galhardo (Morena da Sapucaia, O Teu Lencinho, Vamos Cair no Frevo), Linda Batista (Criado com Vó), Nelson Gonçalves (Quando é Noite de Lua), Cyro Monteiro (Linda Flor da Madrugada), Dircinha Batista (Não é Vantagem), Gilberto Alves (Não Sou Eu Que Caio Lá, Não Faltava Mais Nada, Feitiço), Carmélia Alves (É de Maroca) incorporaram frevos a seus repertórios.
Em 1950, inspirados na energia do frevo pernambucano, a bordo de uma pequena fubica, dedilhando um cepo de madeira eletrificado, os músicos Dodô & Osmar fincavam as bases do trio elétrico baiano que se tornaria conhecido em todo o país a partir de 1969, quando Caetano Veloso documentou o fenômeno em seu Atrás do Trio Elétrico.
Blocos de rua brincam nas ladeiras de Olinda.]] Em 1957, o frevo Evocação nº 1, de Nelson Ferreira, gravado pelo bloco Batutas de São José (o chamado frevo de bloco) invadiria o carnaval carioca derrotando a marchinha e o samba. O lançamento era da gravadora local, Mocambo, que se destacaria no registro de inúmeros frevos e em especial a obra de seus dois maiores compositores, Nelson (Heráclito Alves) Ferreira (1902-1976) e Capiba. Além de prosseguir até o número 7 da série Evocação, Nelson Ferreira teve êxitos como o frevo Veneza Brasileira, gravado pela sambista Aracy de Almeida e outros como No Passo, Carnaval da Vitória, Dedé, O Dia Vem Raiando, Borboleta Não É Ave, Frevo da Saudade.
A exemplo de Nelson, Capiba também teve sucessos em outros estilos como a clássica valsa canção Maria Bethânia gravada por Nelson Gonçalves em 1943, que inspiraria o nome da cantora. Depois do referido É de Amargar, de 1934, primeiro lugar no concurso do Diario de Pernambuco, Capiba emplacou Manda Embora Essa Tristeza (Aracy de Almeida, 1936), e vários outros frevos que seriam regravados pelas gerações seguintes como De Chapéu de Sol Aberto, Tenho uma Coisa pra lhe Dizer, Quem Vai pro Farol é o Bonde de Olinda, Linda Flor da Madrugada, A pisada é essa, Gosto de Te Ver Cantando.
Cantores como Claudionor Germano e Expedito Baracho se transformariam em especialistas no ramo. Um dos principais autores do samba-canção de fossa, Antônio Maria (Araújo de Morais, 1921-1964) não negou suas origens pernambucanas na série de frevos (do número 1 ao 3) que dedicou ao Recife natal. O gênero esfuziante sensibilizou mesmo a intimista bossa nova. De Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Frevo) a Marcos e Paulo Sérgio Valle (Pelas Ruas do Recife) e Edu Lobo (No Cordão da Saideira) todos investiram no (com)passo acelerado que também contagiou Gilberto Gil a munir de guitarras seu Frevo Rasgado em plena erupção tropicalista.
A baiana Gal Costa misturou frevo, dobrado e tintura funk (do arranjador Lincoln Olivetti) num de seus maiores sucessos, Festa do Interior (Moraes Moreira/Abel Silva) e a safra nordestina posterior não deixou a sombrinha cair. O pernambucano Carlos Fernando, autor do explosivo Banho de Cheiro, sucesso da paraibana Elba Ramalho, organizou uma série de discos intitulada Asas da América a partir do começo dos 1980.
ALMIR ROUCH - HINO BATUTAS DE SÃO JOSÉ
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
Em cerimônia realizada na cidade de Paris, França, no ano de 2012, a UNESCO anuncia que, aprovado com unanimidade pelos votantes, o frevo foi eleito Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
FONTE: Wikipédia enciclopédia livre
A SOMBRINHA
Outro elemento complementar da dança, o passista à conduz como símbolo do frevo e como auxílio em suas acrobacias. A sombrinha em sua origem não passava de um guarda-chuva conduzido pelos capoeiristas pela necessidade de ter na mão como arma para ataque e defesa, já que a prática da capoeira estava proibida.
Este argumento baseia-se no fato de que os primeiros frevistas, não conduziam guarda-chuvas em bom estado, valendo-se apenas da solidez da armação. Com o decorrer do tempo, esses guarda-chuvas, grandes, negros, velhos e rasgados se vêm transformados, acompanhando a evolução da dança, para converter-se, atualmente, em uma sombrinha pequena de 50 ou 60 centímetros de diâmetro.
O VESTUÁRIO
Também como elemento imprescindível em algumas danças folclóricas, o vestuário que se precisa para dançar o frevo, não exige roupa típica ou única. Geralmente a vestimenta é de uso cotidiano, sendo a camisa mais curta que o comum e justa ou amarrada à altura da cintura, a calça também de algodão fino, colada ao corpo, variando seu tamanho entre abaixo do joelho e acima do tornozelo, toda a roupa com predominância de cores fortes e estampada. A vestimenta feminina se diferencia pelo uso de um short sumário, com adornos que dele pendem ou mini-saias, que dão maior destaque no momento de dançar.
FREVO-DE-RUA
É o mais comumente identificado como simplesmente frevo, cujas características não se assemelham com nenhuma outra música brasileira, nem de outro país. O frevo-de-rua se diferencia dos outros tipos de frevo pela ausência completa de letra, pois é feito unicamente para ser dançado.
FREVO-CANÇÃO
Nos fins do século passado surgiram melodias bonitas, tais como A Marcha n° 1 do Vassourinhas, atualmente convertido no Hino do carnaval recifense, presente tanto nos bailes sociais como nas ruas, capaz de animar qualquer reunião e enlouquecer o passista.
FREVO-DE-BLOCO
Deve ter se originado de serenatas preparadas por agrupamentos de rapazes animados, que participavam simultaneamente, dos carnavais de rua da época, possivelmente, no início do presente século. Sua orquestra é composta de Pau e Corda: violões, banjos, cavaquinhos, etc.
O Frevo dança
Vários elementos complementares básicos compõe toda dança, em especial no frevo os instrumentos musicais serviam como arma quando se chocavam agremiações rivais. A origem dos passistas são os capoeiras que vinham na frente das bandas, exibindo-se e praticando a capoeira no intuito de intimidar os grupos inimigos.
FONTE: pernambucocultural.com
VASSOURINHAS - SOM ORIGINAL
HOMENAGEM AOS GRANDES COMPOSITORES PERNAMBUCANOS
CAPIBA Lourenço da Fonseca Barbosa, Capiba, nascido em Surubim em 1904, filho de um mestre de banda, viveu e respirou música desde a infância.
DUDA José Ursicino da Silva, começou a tocar, adolescente, na lendária Sociedade 12 de Outubro, a Banda Saboeira.
NELSON FERREIRA Nelson Heráclito Alves Ferreira, nascido em dezembro de 1902, em Bonito. Nelson Ferreira foi um dos mais importantes e prolíficos compositores e músicos da história da MPB.
ADEMIR ARAÚJO Recifense, de outubro de 1944. É sobrinho do lendário maestro Severino Araújo. Também conhecido como Formiga.
ANTÔNIO MARIA Recifense, da classe de 1921, começou como locutor, redator, animador de programa de auditório da Radio Clube de Pernambuco.
IRMÃOS VALENÇA João Vítor do Rego Valença e Raul do Rego Valença. Nascidos no Recife, respectivamente, em 1890 e 1894, tiveram intensa atividade cultural no Recife, a partir dos anos 20.
LUIZ BANDEIRA O versátil Luiz Bandeira é recifense, de dezembro de 1923. Sua vida profissional começa na Radio Clube de Pernambuco, como violonista, radioator, cantor e compositor.
EDGARD MORAES Nascido em 1904, foi um dos mais importantes compositores pernambucanos. Criou mais de 300 músicas, incluindo frevos muito populares.
J. MICHILES José Michiles da Silva, é recifense de 1943. Aos 23 anos, ganhou seu primeiro concurso, com o belo frevo-de-bloco Recife, manhã de sol.
SEVERINO ARAÚJO Dirige a Orquestra Tabajara desde 1937, é filho e irmão de músicos (um deles, José Araújo de Oliveira, o Zé Bodega, notabilizou-se como saxofonista).
GETÚLIO CAVALCANTI Getúlio de Souza Cavalcanti, nasceu em Camutanga, em fevereiro de 1942. Aprendeu a tocar violão aos 14 anos. Aos 15 compôs sua primeira música.
CLÓVIS PEREIRA O caruaruense Clóvis Pereira dos Santos (maio de 1932), tem uma longa folha de serviços prestados à música pernambucana, tanto popular quanto erudita.
JOSÉ MENEZES José Xavier de Menezes, nasceu em Nazaré da Mata, em 12 de abril de 1923. Vindo de uma família de músicos, começou aos 13 anos na banda de sua cidade natal.
FONTE: Frevos de Pernambuco