O envelhecimento do organismo como um todo está relacionado com o fato das células somáticas do corpo irem morrendo uma após outra e não serem substituídas por novas como acontece na juventude. O motivo é que para a substituição poder acontecer as células somática têm de se ir dividindo para criarem cópias que vão ocupar o lugar deixado vago pelas que morrem.
Em virtude das multiplas divisões celulares que a célula individual resista ao longo do tempo, para esse efeito, o telómero (extensão de DNA que serve para a sua proteção ) vai diminuindo até que chega a um limite crítico de comprimento, ponto em que a célula deixa de se poder dividir envelhece e morre com a conseqüente diminuição do número de células do organismo, das funções dos tecidos, orgãos, do próprio organismo e o aparecimento das chamadas doenças da velhice e não só.
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Existe uma enzima natural (telomerase) em todos os organismos vivos que está encarregada de proceder à manutenção dos telómeros. Por cada divisão da célula acrescenta a parte do telómero que se perde em virtude da mesma, de modo que o telómero não diminui e a célula pode-se dividir sempre que precisa. O que acontece é que ela faz essa função unicamente nas células germinativas fazendo com que estas sejam permanentemente jovens independentemente do organismo ser já velho. Devia fazer o mesmo nas células somáticas do organismo, mas, isso não acontece.
As células somáticas têm o gene da telomerase mas não a produzem pois, este não está activado. Actualmente a ciência já consegue activar a telómerase e criar células saudáveis imortais. Revistas científicas como a Science (1998) já trouxeram artigos sobre este assunto. FIM 12/07 Jov
O envelhecimento pode ser entendido como a consequência da passagem do tempo ou como o processo cronológico pelo qual um indivíduo se torna mais velho. Esta tradicional definição tem sido desafiada pela sua simplicidade.
FONTE: Wikipédia enciclopédia livre
Quando Lena Melnikova, 19 anos, chegou da faculdade em 2005ª mãe dela ficou surpresa. “Ela me disse que, de repente, eu estava com rugas profundas e marcas de expressão ao redor da boca”, diz Lena, que vive na república russa de Mari El, situada 750 km a lesta de Moscou. Nos 12 meses seguintes, Lena ficou horrorizada ao perceber que parecia ter envelhecido uns dez anos. “Minha pele estava flácida e enrugada. Eu estava me tornando uma velha a olhos vistos.”
SÍNDROME DE WERNER
A mãe a levou a especialistas em toda a Rússia e, por fim, recebeu o diagnóstico de uma doença que acelera o envelhecimento, a Síndrome de Werner. Os portadores deste mal geralmente morrem por volta dos 40 anos. “Disseram-me que não tinha cura, mas eu não aguentava viver assim. Procurei curandeiros, bruxas, piorei mais ainda e, por fim, me tranquei em casa e não queria sair.”
A ajuda viria de uma fonte inesperada: a Beauty Plaza, uma clínica em Moscou com fama de ajudar russos ricos a desafiar o processo de envelhecimento com injeções de células-tronco (que se transformam em qualquer tecido) para continuar com aparência jovem. O diretor da clínica, Dr. Alexander Teplyashin, estava interessado em comprovar seus métodos num caso tão extremo, e concordou em tratar Lena gratuitamente. Injetou as células no rosto dela e, no ano seguinte, a pele ficou mais rechonchuda e suave. Ela volta para tratamento uma vez por ano e, passados 4 anos, embora os outros efeitos possíveis da síndrome, como doenças cardíacas, signifiquem um prognóstico incerto a longo prazo, ela pelo menos voltou a ter uma aparência jovem. “Estou tão feliz e tão agradecida.”
O caso de Lena é a ponta do iceberg antienvelhecimento da Rússia. A classe mais abastada do país está investindo milhões em pesquisa para descobrir a molécula ou processo mágico que possa deter o envelhecimento – e lhes trazer, além das riquezas incontáveis, uma vida saudável para além de 100 anos.
Yuri Shevchenko, ex- ministro da saúde e membro da Academia Russa de Ciências Médicas, convocou cientistas russos a vencer “o desafio global de descobrir o melhor programa de prolongamento da vida humana”, e estão chegando perto. Os impetuosos dias da superpotência soviética parecem um sonho distante mas, ao estender a vida de forma impressionante – a versão do século21 de vencer a corrida espacial - , esses cientistas podem virar o jogo.
O trabalho controvertido de Teplyashin indica o caminho. Ele fundou a clínica em 1994, explorando furos nas leis russas para ser pioneiro num tratamento ilegal na maioria dos países, em razão da falta de grandes experiências e de temores não comprovados de que poderia provocar câncer. “Na Inglaterra, já difícil (testar novos tratamentos) em animais, quanto mais em seres humanos”, diz ele, “Na Rússia, pagam para experimentá-los”.
Com o aprimoramento das técnicas, ele conquistou mais de 4,5 mil clientes abastados que pagam o equivalente a R$ 55 mil pelo tratamento. Muitos tomam injeções de células-tronco no pescoço e na barriga, acreditando que isso rejuvenescerá seus órgãos internos. Recato e, talvez, constrangimento deixam os clientes relutantes em revelar seus nomes em entrevistas.Os resultados, pelo menos os superficiais, são notáveis. Um casal de quase 50 anos de idade, que recentemente teve o primeiro filho, parece ter pouco mais de 30. “Mandamos congelar óvulos e esperma para que possamos ter outro filho depois dos 50 ou 60, enquanto ainda tivermos a aparência de pais, e não de avós”, dizem.
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Mas o sucesso da terapia com células-tronco agora é apenas o primeiro passo dos ricaços russos rumo à imortalidade. Seus cientistas – muitos dos quais consideram que os efeitos da terapia ainda não foram comprovados – estão prestes a lançar uma série de tratamentos que elevarão tudo a um novo patamar.
Um dos principais cientistas financiados pelos oligarcas é o bioquímico Evgeny Nudler, de 40 anos.Aliciado da terra natal por uma vaga no corpo docente da NewYork University em 1997, se tornou seu mais jovem professor pouco depois. Mas, durante uma visita a Moscou oito anos depois, conheceu o empresário Dmitry Zimin, fundador da operadora de celulares BeeLine. Zimin ficara espantado com o número de jovens cientistas russos que iam para o Ocidente, principalmente para EUA, para trabalhar por outro país.Assim, em 2001, criou uma fundação beneficente, chamada Dinastia, para financiar a pesquisa na Rússia.
“Fui apresentado a ele por amigos e pensei: Que pessoa incrível”, diz Nudler. “Ele me perguntou qual assunto eu mais gostaria de pesquisar e respondi que era o envelhecimento. Eu o havia estudado um pouco e queria aprender mais. “No Ocidente, onde se gastam milhões no estudo das doenças relacionadas à idade, o antienvelhecimento não é considerado ciência verdadeira, e ele teve poucas oportunidades de trabalhar com isso. Zimin lhe estendeu a mão e lhe deu R$ 425 mil por ano para abrir o Geron Lab em Moscou.
“Após quatro anos de experiências em vermes nematódeos, identificamos algumas moléculas que afetam a duração da vida – duas delas quase dobram”, diz Nudler. Com bilhões de lucros na jogada, ele não revela quais são as moléculas nem como serão integradas a um tratamento, mas diz “Felizmente para nós, elas têm o potencial de uso imediato por humanos, pois já foram aprovadas pela US Food and Drug Administration (órgão norte-americano que controla medicamentos) por outros motivos.”
Enquanto isso outro multimilionário russo, Timur Artemyev, vendeu seu império da telefonia celular em 2008 para se concentrar unicamente no ramo do antienvelhecimento. “A vida é como um jogo cujo o objetivo é a prorrogação”, explica. Entrou em contato com Nudler e o convenceu a criar um laboratório paralelo em Nova York. “Estou nessa tanto por motivos beneficentes quanto pessoais”, diz Artemyev. Ele crê que as crianças nascidas agora viverão entre 150 e 180 anos. “Eu adoraria que meus pais voltassem a ter 18 anos e fizessem as coisas de que gostam.”
Nudler teve êxito na criação de um procedimento para Artemyev que impede a toxicidade nas células nervosas de camundongos e também curaria os sintomas de Alzheimer. “Não importa em geral qual estágio, ela sempre desacelera ou interrompe a progressão da doença”, diz ele. Nudler espera publicar suas descobertas nos próximos meses e iniciar os testes em humanos. “Se os resultados forem iguais aos dos camundongos, será muito animador.”
A doença de Alzheimer atinge cerca de 1,2 milhões no Brasil e quatro milhões no EUA – número que deve aumentar para 16 milhões por volta de 2050, o que custará a economia do país a quantia de US$ 1 trilhão por ano. A descoberta de uma cura tornaria os governos escravos do descobridor.
A ambição sem limites de Nudler quase se iguala à de Vladimir Skulachev, que espera curar 27 doenças relacionadas à idade, principalmente as que causam cegueira. O cientista de 75 anos de idade é famoso por ter descoberto a molécula SKQ1 na década de 1960, hoje usada nos cremes antirrugas. Recentemente, o barão do alumínio, Oleg Deripaska, lhe doou mais de R$ 31 milhões para montar uma rede de laboratórios sob o controle da Universidade de Moscou. Sua equipe criou gotas de SKQ1 que evitaram e reverteram a perda de visão em animais domésticos e até em um urso. De fato, Skulachev curou uma catarata no próprio olho com o composto.
Graças a financiamento do governo e de Alexander Chikunov, ex-diretor da companhia de energia elétrica, Skulachev está fazendo testes em seres humanos. Até agora, foram animadores: “Embora estes compostos químicos só inibam o processo parcialmente, é essencial tentar, pois a maioria dos médicos simplesmente observa o envelhecimento sem interferir.” Ele também está trabalhando numa receita secreta de água ionizada e SKQ1 para prolongar a qualidade de vida até os 120 anos.
A pesquisa do elixir da juventude tem sido um sonho russo há séculos, com “pomos da juventude” e czares que mergulhavam em água fervente presentes nos contos de fada. Mesmo nos dias da União Soviética, quando a média de idade do governo era superior aos 70 anos (contra expectativa de vida masculina que ainda é de 57 anos), corriam boatos de que fora criada uma poção mágica no Kremlin para mantê-los vivos.
Os oligarcas são uma estirpe bem mais jovem, na faixa dos 40 anos de idade, e têm o tempo a favor deles. Esperam que a cura do envelhecimento deixe de ser algo de fadas enquanto ainda estão vivos.
Como envelhecer sem ficar velho
“Os cientistas russos sempre foram pioneiros e ainda o são”, diz Skulachev. “Os ocidentais não acreditam nisso. Portanto, tenho orgulho de sermos pioneiros nesse trabalho tão importante.”
Conheça os Oligarcas (Milionários)
Quem são os milionários que financiam a pesquisa da juventude eterna?
Magnata do alumínio que, segundo a revista Forbes, tinha uma fortuna de cerca de R$ 47 bilhões em 2008, e era o 9º homem mais rico do mundo. A recessão o fez voltar aos R$ 19 bilhões e ao 57º lugar.
Foi técnico de rádio na União Soviética antes de fundar a BeeLine, a maior operadora de telefonia móvel da Rússia em 1992. Essa empresa tem 25 milhões de assinantes e receita anual de R$ 12 bilhões, aproximadamente. Seu lema: “O sucesso provém de sempre ser capaz de mudar com os tempos.”
Estudou economia antes de se tornar MD da empresa de energia RAO UESER. Pediu demissão e agora dirige a fundação Rostock Group, que financiam os cientistas russos, inclusive Vladimir Skulachev, na pesquisa de “uma solução farmacêutica para o prolongamento da juventude”.
Começou na montagem de telefones fixos, vendendo-os por meio de anúncios nos jornais . Fundou a Yevroset, que vende telefones celulares, com Yevgeny Chichvarkin, em 1997. Sua receita foi de pouco mais de R$ 6 bilhões em 2005, sendo vendida em 2008 por R$ 683 milhões. Tem reserva no primeiro voo Galático da Virgin no espaço.
FONTE: Seleções - Por Juliet Butler
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