As centrais sindicais marcaram, para esta quinta-feira (11), o que chamam de Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações.
Entre os organizadores dos atos estão a Força Sindical, a CUT, a União Nacional dos Estudantes e o MST. A pauta de reivindicações é extensa e tem a ver principalmente com as demandas trabalhista. Entre elas: o fim do fator previdenciário, contra a terceirização, pela valorização da aposentadoria, a redução da jornada de trabalho, reforma agrária e o fim dos leilões de poços de petróleo.
“Os principais deles são o fim do fator previdenciário, a imediata da retirada do projeto 4330 que fala da terceirização, que na realidade significa flexibilização do direito trabalhista, a redução da jornada de trabalho sem redução de salário”, afirmou Vagner Freitas, presidente da CUT.
“Não é possível que o governo dá R$ 18 bilhões pra desonerar a folha de salário do empresariado e não da R$ 3 bilhões que é pra acabar com o fator previdenciário pra atender esses milhões de aposentados. A redução da jornada de trabalho está no Congresso há 18 anos. 18 anos que nós estamos falando pra reduzir jornada e não conseguimos nada”, explicou Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical.
O Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações foi convocado pelas centrais sindicais. Nisso, o ato marcado para esta quinta-feira (11) é diferentes dos protestos que aconteceram ao longo do mês de junho, que começaram nas redes sociais, liderados por um movimento em defesa da redução do preço das passagens de metrô, trens e ônibus. E que depois incluíram outros setores da sociedade.
Estão marcadas manifestações para centenas de cidades em todos os estados. Em São Paulo, o principal ato será no início da tarde na Avenida Paulista. Mais cedo, haverá atos em 12 vias da Grande São Paulo. Segundo a Força Sindical, em todos os casos haverá uma pista aberta para emergências.
No Rio, as principais manifestações estão marcadas para o Centro da cidade. A concentração em Belo Horizonte deve ser na Praça Sete, no Centro. Em Vitória, o protesto será em frente à Assembleia Legislativa. Na Grande Recife, de manhã, haverá manifestação em frente ao Porto de Suape. E, à tarde, no centro da capital pernambucana. Em Brasília, o governo disse que respeita as manifestações populares.
“Uma expectativa de que seja um movimento pacífico no sentido de que nós somos uma sociedade democrática, plural, que respeita as diferenças, então nós esperamos que os manifestantes respeitem o direito de ir e vir das maiorias, que não haja nenhuma forma de violência. Essa é uma expectativa forte”, destaca Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
FONTE: Rede Globo
As atividades do Complexo Portuário de Suape pararam nesta quinta-feira (11), dia de greve geral em todo o País. A paralisação faz parte do Dia Nacional da Luta e chegou com força a Pernambuco. No Complexo, cruzaram os braços desde os operários das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até os da Refinaria Abreu e Lima. As manifestações começaram cedo, mas muitos trabalhadores se disperaram ao longo da manhã e o protesto acabou logo depois das 10h. Os líderes do movimento agora seguem para a Praça do Derby, de onde diversas categorias saem em passeata pelo Centro do Recife a partir das 14h.
Greve dos trabalhadores em Suape Pernambuco
No começo da manhã, os manifestantes fecharam as vias de acesso a Suape - a Avenida Portuária, a saída de Gaibu e a saída de Ipojuca - com pneus queimados e faixas. A interdição provocou retenção nas rodovias que seguem para o Litoral Sul do Estado. Os ônibus que levam os trabalhadores ao Complexo ficaram presos no engarrafamento e foram liberados para seguir em frente por volta das 8h. No entanto, os coletivos puderam trafegar somente até a Curva do Boi, na entrada de Suape. Lá, os trabalhadores puderam descer dos veículos para participar do movimento.
Apesar de a manifestação ter parado as atividades do Complexo, o número de trabalhadores no protesto ficou abaixo do esperado. O presidente da Força Sindical em Pernambuco, Aldo Amaral, esperava que aproximadamente 60 mil pessoas aderissem ao movimento. Contudo, apenas mil trabalhadores estão na frente de Suape neste momento. Isso acontece porque muitas empresas do Complexo liberaram seus funcionários do serviço antecipadamente e muitos outros voltaram para casa no caminho do trabalho.
Dia nacional de luta em Pernambuco - mais de 60 mil trabalhadores
FONTE: Jornal do Comércio
DUAS INCÓGNITAS - Desta vez, reivindicações poderão ficar mais unânimes e claras, porém se espera uma pulverização ainda maior que a já vista entre as reclamações. Não há previsão do surgimento de um líder, mas os alvos da frustração dos que marcham de maneira pacífica, e da ira dos vândalos que seguem atrás, podem ficar mais nítidos. Um destes alvos pode ser o PT. Chamados para saírem às ruas em todo o País, como os militantes petistas e suas bandeiras vermelhas serão recebidos entre a multidão, depois de não estarem entre os manifestantes nas primeiras horas dessa luta política?
No outro extremo, o que vai acontecer nas cercanias das sedes regionais da Rede Globo. Há concentrações marcadas para Porto Alegre, São Paulo e Salvador. Na semana passada, um ato em frente à sede nacional, no Rio, não atraiu mais de mil pessoas. A bandeira contra o domínio da emissora da família Marinho sobre a mídia eletrônica brasileira será, efetivamente, sustentada por um grande contingente?
ALVO PRINCIPAL - O Congresso é, certamente, na lista das instituições em xeque na quinta-feira D, a primeira. Por acordo de líderes partidários, quer dizer, entre não mais que 25 pessoas, a Câmara dos Deputados derrubou na segunda-feira 8 a proposta da presidente Dilma Rousseff de plebiscito popular para a feitura de uma reforma política. Haverá reação das ruas? Nos primeiros protestos, o prédio do parlamento foi cercado, atacado e, por pouco, não foi invadido por vândalos e manifestantes. Como será amanhã?
Todas as representações do poder executivo, das prefeituras à Presidência da República, já foram questionadas nas manifestações anteriores. Não se pode dizer que a presidente Dilma tenha sido um personagem prioritário, mas é certo que sua popularidade nas pesquisas de opinião caiu vertiginosamente. Quais efeitos a presidente sentirá durante e depois dessa nova onda de protestos?
A torcida generalizada é por manifestações pacíficas, mas informações sobre a presença de grupos anti-democráticos organizados nos atos são de domínio público. Acredita-se que eles irão jogar pesado para deturpar o caráter das marchas. A tarefa de lidar diretamente com os protestos recairá, mais uma vez, às PMs e guardas municipais, nas cidades em que estas existem. O risco de confrontos pontuais é real. A tensão está no ar.
FONTE: WebNews