O termo amputaçãoé definido como a remoção de uma extremidade do corpo por meio de cirurgia ou acidente. Na medicina, esta prática é utilizada para controlar a dor ou doença que está acometendo o membro em questão, como no caso do câncer e da gangrena.
Embora a amputação seja vista como uma mutilação, incapacidade ou impossibilidade de realizar atividades rotineiras, na realidade, este procedimento deve ser encarado como o início de uma nova fase, pois, mesmo que um membro tenha sido perdido, com consequente alteração da imagem corporal, houve a eliminação de um perigo iminente da perda da vida ou de alívio de um sofrimento.
As causas mais comuns que levam à amputação são de ordem vascular, causadas por: vasculopatias periféricas, traumáticas, tumorais, infecciosas, congênitas e iatrogênicas. Dentre as vasculopatias periféricas, responsável por geralmente afetar indivíduos acima dos 50 anos de idade, os membros inferiores são os mais acometidos (dedos, pés e pernas). A etiologia mais comumente observada gerada por eventos vasculares é a diabetes e o tabagismo.
Etiologias traumáticas afetam uma parcela significativa da população em decorrência dos acidentes de trânsito, de trabalho ou, menos frequentemente, resultante de outra causa. Dentre essas etiologias, os acidentes de trabalho tendem a levar a amputações dos membros superiores (dedos, mãos e braços).
Com relação às neoplasias ósseas, como osteossarcomas, estes também geralmente culminam em amputações, especialmente nos membros inferiores. Primeiramente, deve tentar tratar o tumor, sendo que a amputação fica como segunda alternativa, no caso do tratamento não surtir efeito.
O procedimento cirúrgico da amputação inicia-se ligando-se as artérias e veias com intuito de evitar hemorragia. Os músculos são removidos e, por fim, o osso é serrado. A pele e a musculatura remanescentes são rearranjadas.
Dentre as complicações mais comuns estão: deiscência de suturas, edemas, ulceração, inflamações, infecções, retração da cicatriz, neuromas, espículas ósseas e fenômeno “fantásmico”. Neste último caso, o paciente sente como se ainda tivesse o membro que foi amputado e costumar estar presente em 95% dos pacientes que foram submetidos à este procedimento, podendo ser doloroso ou não. Geralmente manifesta-se até a 3° semana após o procedimento.
A dor fantasma habitualmente é intensa, não mostrando melhora com diferentes formas de tratamento em muitos casos. Pode aparecer precocemente ou mais tarde à amputação com duração imprevisível.
AMPUTADOS SUPERANDO LIMITES
O tratamento de um paciente submetido à amputação deve ser integrado e o sucesso irá depender de todo o trabalho de reabilitação desenvolvido. Este visa um maior aproveitamento, por parte do paciente, de suas potencialidades de modo que ele possa desempenhar suas atividades diárias de forma independente. Deste modo, realiza-se o tratamento do coto, com boa força muscular, sem edema e, sendo assim, pronto para receber a prótese. O tratamento fisiátrico deve englobar os aspectos farmacológicos, físicos no período pré, durante e pós a colocação da prótese, psicossocial e profissional. Estes são imprescindíveis para um bom desempenho do programa reabilitacional.
FONTE: InfoEscola - Débora Carvalho Meldau
Fisioterapia para Amputados
A reabilitação do paciente amputado do ponto de vista fisioterápico é uma reabilitação funcional, com ou sem a indicação do uso de prótese, onde o paciente participa plena e conscientemente da equipe multidisciplinar.
A Fisioterapia é uma das especialidades mais freqüentes no processo de Reabilitação. Ela trabalha para a recuperação da função, da melhoria da mobilidade, alivio da dor e prevenção ou limitação das disfunções físicas de pacientes vitimas de amputação.
Para pacientes que sofreram amputações de membros inferiores ou superiores, é voltado para a reabilitação, à readaptação física e a reintegração social.
História das Amputações
As referências mais antigas em relação às amputações datam de 1500-1800 a.C. no manuscrito indiano (Rig-Veda) que relata a história da rainha Vishpla que teria tido o membro inferior amputado durante uma batalha.
Da era pré-cristã até o século XV, há poucos relatos quanto ao desenvolvimento de novas técnicas operatórias e nas técnicas de protetização. A Idade Média caracterizou-se por ser uma época na qual houve grande perda de membros por doenças endêmicas, punições graves e pelas guerras mais violentas, já que no século XIV iniciou-se o uso da artilharia, o que aumentou os efeitos mutilantes da guerra.
Na Idade Média, as amputações eram realizadas com guilhotinas enquanto a anestesia era provocada por ingestão de bebidas alcoólicas. Tentava-se na época cauterizar a região amputada com óleo ou ferro quente. Entretanto muitas vezes não havia soluções para estancar tais hemorragias. Devido a isso, o prognóstico desses pacientes era pior quanto mais proximal fosse o nível das amputações.
A técnica cirúrgica para as amputações só teve um avanço com Ambróise Pare (1500-1590), cirurgião militar francês que descreveu locais preferenciais para amputações e reintroduziu a ligadura de vasos. Acredita-se que seja ele o responsável pela primeira amputação transfemoral bem sucedida.
A amputação já foi a operação mais realizada na Europa; isso ocorreu durante o século XVIII e as indicações usuais eram as lesões arteriais graves e as fraturas expostas. Já o século XIX é caracterizado pela introdução das maiorias das técnicas utilizadas até hoje. Nessa época houve um importante desenvolvimento das técnicas de anti-sepsia, anestesia e do uso de antibióticos.
A partir da Segunda Guerra Mundial houve nova atenção especial e novas pesquisas para a melhoria das técnicas de amputação e, por conseqüência, a melhor protetização dos membros amputados. O objetivo nessa época era obter um coto mais funcional e sem dor para melhor e mais rápida reabilitação do paciente amputado.
Durante a década de 1960, iniciou-se uma mudança na mentalidade entre os cirurgiões na tentativa de preservar um coto o mais longo e mais adaptável às próteses, ou seja, um coto com maior braço-de-alvanca possível para o menor gasto de energia durante a marcha e que não fosse globoso e nem frouxo na extremidade para melhor adaptação.
A década de 1970 se caracterizou pela descoberta e o reconhecimento das vantagens funcionais da amputação abaixo do joelho comparando-as com as amputações transfemorais.
Como não poderia ser diferente, novas técnicas cirúrgicas, novos medicamentos e novos conceitos de reabilitação, aliados a um trabalho multidisciplinar, também evoluíram e continuam em desenvolvimento, proporcionando dessa maneira uma melhora na qualidade de vida dos amputados, os quais nos dias de hoje, já são encontrados totalmente reintegrados à vida social e profissional.
FONTE: manografia - Ana Carolina Cóssio Rodriguez
Atletas Deficientes
Os esportes paraolímpicos começaram a ser praticados no Brasil em 1958 e a primeira participação de atletas em uma competição internacional foi na segunda edição Jogos Parapan-Americanos, no ano de 1969, em Buenos Aires. Com uma estrutura recente e pouca informação, o objetivo era buscar conhecimento das modalidades que integravam o quadro de esportes paraolímpicos e possibilitar aos brasileiros uma integração com atletas do resto do continente. Três anos depois, a equipe de atletas paraolímpicos conseguiu representar o Brasil em sua primeira Paraolimpíada, na Alemanha.
Em 1975, foi criada a Associação Nacional de Desporto de Deficientes (ANDE) com o objetivo de agregar os esportes praticados pelos atletas com todos os tipos de deficiência.
Com o passar dos anos, as modalidades foram sendo categorizadas e outras associações foram fundadas, como a Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA), a Associação Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC) e a Associação Brasileira de Desporto de Deficientes Mentais (ABDEM)
Desde então, os atletas tem se dedicado a treinos visando os campeonatos mundiais de 20 modalidades de esportes paraolímpicos representados no Brasil. O substancial aumento de categorias e de vagas nas Paraolimpíadas evidencia o nível técnico dos atletas brasileiros.
Atletismo
Lá se vão mais de cinco décadas que o atletismo integra o esporte paraolímpico. De 1960 para cá, transformou-se em uma das principais fontes de medalhas para os brasileiros. Homens e mulheres, com deficiências físicas ou sensoriais, podem competir nas categorias corridas, saltos, lançamentos e arremessos. São seguidas as regras da Federação Internacional de Atletismo, com adaptações sutis para uso de próteses, cadeiras de rodas ou do atleta-guia. Este profissional corre ao lado do atleta e é ligado ao atleta por uma cordinha. Ele tem a missão de indicar o caminho ao competidor, mas nunca poderá puxá-lo.
Natação
Desde a primeira Paraolímpiada, em Roma-1960, a natação compõe o programa e pode ser disputada por homens e mulheres. Atletas com quase todo tipo de deficiência, como visual e física, competem em piscinas de tamanho idêntico aos dos atletas olímpicos. As regras são dispostas pelo IPC Swimming , órgão responsável pela modalidade no Comitê Paralímpico Internacional. Adaptações sutis são feitas nas largadas, viradas e chegadas.
JOGOS PARAOLÍMPICOS
JOGOS PANAMERICANO - 2007
FONTE: Brasil.com.br